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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O tempo perdido que rouba o tempo.


O tempo rouba o tempo para me sentir num lugar teu onde não deveria existir tempo. 
A distância rouba-nos o tempo, tempo que preciso para saborear a tua presença.
As conversas ao acaso roubam-nos tempo, o tempo de uma conversa para desnudar as nossas mentes. As palavras dessas conversas roubam tempo e o sentido ás minhas. 
Os olhos dos outros roubam-nos tempo por nos prenderem à cor e ao brilho intencionado, tempo que preciso para decifrar o teu olhar ainda longe de ser penetrado. 
Os corpos dos outros roubam-nos o tempo que preciso para olhar para o teu, roubam a oportunidade de descobrires o que pede o meu. 
Os livros roubam-nos tempo, o tempo que preciso para escrever o nosso, aquele que ninguém vai ler por não ter final.  
Somos roubados, encurtados no tempo que nem tempo temos para partilhar o que já é nosso. 
As oportunidades roubar-me-ão mais tempo e continuará mesmo assim a haver tempo para mais oportunidades, como se o tempo tivesse tendência para deixar de existir.  
Em 5 segundos escrevo que te amo, em 2 segundos digo-o e quando ocupar o lugar em ti que não precisa de tempo vais sentir, o que leva tempo a escrever e a dizer. O tempo controla tudo fora desse lugar, tudo o que não fiz a tempo está por fazer, tudo o que não senti a tempo não é sentido, o tempo que rouba, rouba-me o sentimento.
 Pior que dar conta que não há tempo é não temer do tempo perdido e acreditar cegamente no tempo que está para vir.

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