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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Confia-te

Hoje surge a compulsão para gritar um mundo novo a alguém que vive na sombra de um ser que não dignifica a sua essência. Pela primeira vez as minhas palavras e pensamentos têm uma nova direcção! Tu, a pessoa que se julga tratar apenas de gente.


A inteligência humana de que muitos se gabam é uma preciosidade… é a tua preciosidade. Segue-me…. O que é ser inteligente senão ser capaz de te adaptares a uma nova situação, um novo contexto, de processares uma nova experiência e aprenderes com ela? Sem dúvida que só os doentes com distúrbios do sistema nervoso central não se podem gabar da sua inteligência, de resto, é um mecanismo/instrumento/alicerce, o que lhe queiras chamar e como a queiras ver, comum a qualquer Homem. A inteligência evolui, respeitosa aos princípios de Darwin, cresceram neurónios e as suas comunicações, cresceram os cérebros, sobreviveram os mais pesados e com redes neuronais mais elaboradas/complexas. Mas a inteligência por si só como capacidade é de tão modo comum que qualquer animal partilha connosco as mesmas capacidades (para o seu contexto) de adaptação e aprendizagem por erro e repetição. Afinal é um tanto ou quanto tonto alguém que se gaba da sua inteligência! Afinal a inteligência não é coisa exclusiva de seres superiores. Mas descobres que és diferente dos animais, até mesmo aqueles que contigo aprenderam a comportar-se como elementos de uma espécie superior. Todos são humanos inteligentes e tu ignoras a tua diferença… és uma inteligência humana. És superior! (Nunca tenhas medo de te sentir superior, nunca sejas humilde ao ponto de ignorares a tua superioridade em relação a alguém. Isto não significa que devas ignorar quem julgas inferior, deves procurar sim usar a tua superior inteligência humana para acordar os cadáveres adiados que cruzam a tua vida.) Tu acrescentas sensibilidade ao processamento inteligente do teu cérebro com milhões de anos de construção. Isso diferencia-te do agnóstico que de nada percebe e sobre nada opina por não ter sensibilidade para um determinado assunto. Diferencia-te de quem não consegue sentir o arrepio na pele ou sentir o cheiro e a cor daquela música, que por ser clássica, ninguém ouve porque a tendência determina ignorar o simples e simplesmente completo. A sensibilidade que faz aliança com a tua inteligência atira-te para um mundo com muito mais significado e com mais sentidos do que os que se aprendem no infantário. Ignorar essa potencialidade é desperdiçar uma vida ao minuto, é desperdiçar um mundo perfeito porque é injusto e eu aceito. Não vês que a subtileza do que sentes que podes fazer sentir (a ti mesmo ou a outros) é um dom magnífico? Segura as rédeas do teu pensamento e força-o a arrancar em direcção aos teus desejos mas deixa que os sentimentos moldem o caminho, traçado de forma inteligente. 

Confia em ti para a viagem da vida e não tenhas medo do sofrimento, do cansaço… vive sensível a ti, às tuas dimensões, às dimensões do ser humano…  Confia em ti porque a confiança nos outros é um jogo de probabilidades!  

Reflecte em ti porque mais ninguém o conseguirá fazer! 

Ama-te acima de tudo porque o amor dos outros não alimenta a vontade de viver, quanto muito ilude e esconde a incompatibilidade entre ti e a tua vida. 


terça-feira, 12 de abril de 2011

Tábua

Vivo sobre uma tábua trazida ao mundo comigo,
Nasceu lisa, apenas com a marca da instintividade,
Nasceu para ser talhada ao passo do meu crescimento, ao passo do teu, do outro e de quem vier.

A tábua permanece rasa por ninguém ter vontade de empenhar o bisel, o martelo, o coração e usá-lo de modo que marque a inscrição de um mandamento de cumplicidade entrelaçada.

Ao mesmo tempo que fica por talhar, envelhece a madeira que sabiamente se vai impermeabilizando com o verniz que a protege de ser golpeada.

Mas a vontade de viver fabrica a esperança da matéria-prima encontrar o artista sensível à sua natureza, às suas propriedades, de modo a transformá-la na arte de ser humano.