Powered By Blogger

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Decomposição de um sentimento inofensivo.

O ciúme... é rápido, vem de todos os lados, tantos lados quantos conseguirmos criar com o poder do sentimento de medo, de perda, medo de querer e esquecerem que existimos.
O ciúme é rápido e apodera-se de um determinado circuito neuronal, ainda por identificar, aquele que regula a estabilidade da balança de pratos que pesa o que sentimos que temos e o que sentimos que podemos perder.
O ciúme é rápido, apodera-se e desvia-nos  as percepções, pensamentos, atitudes e o comportamento para a inutilidade, futilidade, ou talvez não.
O ciúme é rápido, apodera-se, desvia-nos e é frio. Arrefece o calor no peito e gela os sentimentos mais justos, inocentes, puros.  
O ciúme é rápido, apodera-se, desvia-nos, é frio e rompe por entre experiências vividas, por entre desejos e futurismos, resume tudo a um passado esquecido e a um futuro inacessível.
O ciúme é medo, é a sensação de perda iminente, de ameaça do que é precioso, nosso, único, não partilhável, por isso cobiçado.
A conquista alimenta-se do ciúme, o amor alimenta-se da conquista. A motivação para a conservação do que temos deveria ser potenciada pela frieza com que nos ameaçam com a relatividade da posse.  Serve então o ciúme para nos inteirarmos do calor que nos geram no peito, das experiências passadas e dos desejos, dos pensamentos que se perderam na tradução para atitudes e nas atitudes que nunca se viram materializadas num comportamento.