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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Só(,) mais um dia

Sinto-me só quando estou só e refugio-me,
Refúgio de pensamento em todos os sentidos do tempo,
Só o meu refúgio me dá a certeza,
E sinto a segurança de ser único.


Sinto-me só quando não estou só,
No meio de tanto e ao mesmo tempo tão pouco,
Pouco e suficiente para me sentir tão só que quase fico sem mim.

Perco momentanemente a noção do que sou, o que represento, perco a noção da minha finalidade, confundem-me os outros.
Por entre eles me aflijo sempre que de tão pouco me dão, que me dão muito medo de que eu perca o que só comigo alimento.
Progressivamente esqueço a preciosidade do meu sentido único, aquele extranumerário que me descobre.


Forço para estar de novo só,
Porque os dias são todos iguais,
E só, apercebo-me que só estando só,
Preservo e potencio o que só eu sei valorizar em mim!

Aos outros desejo a solidão de cada um,
Desejo que sós, encontrem aquilo que só procuram quando não estão sós!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O tempo que se dá.

Dar tempo habitua a ausência,
dar tempo é uma perda de tempo para o tempo que deveria ter sido dado a cada um de nós,
dar tempo é deixar,
dar tempo manifesta-se num tempo que dói porque esse tempo não vive de esperança.

Dou-te o tempo porque já te dei tudo,
dou-te o tempo porque eu parei, já não sei do tempo,
dou-te o tempo que determina o meu bem,
dou-te o tempo para receber o silêncio, para receber o barulho da minha implosão...

Não controlo o tempo, não controlo o poder que o tempo tem em me abafar o meu silêncio...

Por te amar, embora tenha medo de te perder para o tempo... 

Dei-me rápido, dou-te o tempo.