Quando a vida é um susto cai a convicção de uma realidade. O presente já é passado... bem ou mal passado...
Não acredito na transcendência porque acredito que, a vida apesar de injusta, é boa para quem a ama.
Vai tudo correr bem...
Tradutor de pensamentos
terça-feira, 23 de outubro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Abordagem ao Desmaio.
Como que de uma assentada o sangue que percorria timidamente
o coração é arrastado, por via da força de gravidade para a face plantar dos
pés e comprime-se numa fase densa que pesa ao andar.
O mesmo sangue que forçava por entre capilares
intracerebrais deixa também o cérebro em “consumo económico” onde só se
executam tarefas essenciais para a sobrevivência como respirar, havendo
contudo, nos casos mais graves, súbitas interrupções do drive respiratório.
A circulação superficial que dava o ar da sua graça à região
malar é subitamente interrompida, por falta de conteúdo, dando-se lugar a uma
sudorese intensa, como se as células suplicassem por sangue, chorando.
Em virtude de tal desarranjo o sistema de bombeamento vê-se
sem razão para a sua existência e num último esforço tende a aumentar a
frequência de trabalho com a esperança de que, se algo correr ainda pior, que
não tenha sido por falta de empenho do coração.
Pensa-se o desmaio decorre da exposição a um campo magnético
que terá tanto mais efeito sobre um corpo quando maior for a composição do coração
em sentiporinas. Terei de falar um pouco
sobre a fisiologia por detrás destes poros/transportadores.
Desconhecia-se até
há bem pouco tempo que o coração para além de um órgão eléctrico, mecânico e
hormonal é um órgão modelador de sentimentos. Partindo da descoberta das
sentiporinas e da sua função em transmitir rapidamente informação intercelular
relacionada com sentipeptinas (pequenos péptidos responsáveis pelos
sentimentos), podemos inferir que deficiências quer no transporte quer na
tradução e folding destes mesmos péptidos serão responsáveis por defeitos
gravíssimos no domínio do sentimento.
De volta ao desmaio. A aplicação de um campo magnético forte
sobre o coração terá tanto maior efeito quanto maior for a densidade em
sentiporinas porque este bloqueará os poros deixando o coração privado de uma
das suas grandes funções: gerar sentimento e bombear juntamente com o sangue
por meio da secreção de sentipeptinas para a corrente sanguínea.
Este mecanismo parece estar por detrás do sequestro de
sangue para a região plantar. Por haver falta de sentipeptinas na corrente
(devido ao efeito do campo magnético) os glóbulos vermelhos tendem a fixar-se
em regiões pouco ricas em receptores de sentiptinas (principalmente os pés)
pois são os receptores de sentipeptinas que, ligando-se a estas, impulsionam cada
glóbulo vermelho a percorrer cada nanómetro de comprimento de cada vaso sanguíneo.
Diria que o sentimento comanda a vida e neste caso de uma forma
fisiologicamente lógica. Sem um coração cheio de sentiporinas haverá menos
sentipeptinas em circulação e consequentemente menos sangue em movimento por
muito intenso que seja o esforço mecânico desenvolvido pelo coração.
Em suma, o desmaio é a manifestação esperada para um coração
normal quando exposto ao campo magnético de intensidade elevada. Os pés são uma
região pouco rica em receptores de sentipeptinas ao contrário do coração, olhos, lábios,
genitália, pavilhão auricular e pele das falanges distais de cada dedo dos
membros superiores.
Por ter sido exposto a uma força magnética excessiva encontro-me em fase de recuperação quer das sentiporinas quer de todo o processamento das sentipeptinas. Mantém-se o drive respiratório.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Hei-de voltar a cair um dia destes!
Hei-de voltar a cair brevemente mas de uma altura maior. Porque é tanto maior a tendência para a queda quanto menor for o sonho em altura! :)
Sonhem alto!
Sonhem alto!
Uma mão
A mão estendida como a de um pedinte, aperta o coração, esmaga!! Acaricia...
Esbofeteia?
As pregas da mão são caminhos de carne, tortuosos, superficiais...
sem começo nem fim?
Os dedos longos e finos, apontam, alcançam...
são pranchas para o vazio?
E as unhas, limadas, afiadas, cortam o passado...
entranham fundo a carne e o espírito?
Vivo sentado numa mão aberta e em movimento. Inclina, ameaça...
dependo apenas da sua anatomia?
NÃO!
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Espectro da despedida
Perceber que o que destrói mais não é a ausência mas a tomada de consciência do distanciamento...
quarta-feira, 7 de março de 2012
Caem
Caem como fagulhas levadas pelo vento que outrora soprava,
caem como sementes secas, que ficam a dever à terra a vida e a prosperidade,
caem mal nascem porque é o destino
(a) ser absorvido até deixar de ser,
este ácido interno,
algumas vezes elixir da alegria,
agora apenas produto pesado e que arde ao correr.
Caem como bombas lançadas de dentro
e penetram o coração em tempos forte.
Caem os tectos, pilares e por fim cai o verbo,
num compasso lento que lembra a morte.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Plágio
Cópia de mim (talvez até mesmo no distúrbio psiquiátrico).
"A minha imagem"
"A minha imagem, tal qual eu a via nos espelhos, anda sempre ao colo da minha alma. Eu não podia ser senão curvo e débil como sou, mesmo nos meus pensamentos.
Tudo em mim é de um príncipe que morreu sempre há muito tempo.
Amar-me é ter pena de mim. Um dia, lá para o fim do futuro, alguém escreverá sobre mim um poema, e talvez só então eu comece a reinar no meu Reino.
Deus é o existirmos e isto não ser tudo."
Fernando Pessoa.
"A minha imagem"
"A minha imagem, tal qual eu a via nos espelhos, anda sempre ao colo da minha alma. Eu não podia ser senão curvo e débil como sou, mesmo nos meus pensamentos.
Tudo em mim é de um príncipe que morreu sempre há muito tempo.
Amar-me é ter pena de mim. Um dia, lá para o fim do futuro, alguém escreverá sobre mim um poema, e talvez só então eu comece a reinar no meu Reino.
Deus é o existirmos e isto não ser tudo."
Fernando Pessoa.
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