Vivo sobre uma tábua trazida ao mundo comigo,
Nasceu lisa, apenas com a marca da instintividade,
Nasceu para ser talhada ao passo do meu crescimento, ao passo do teu, do outro e de quem vier.
A tábua permanece rasa por ninguém ter vontade de empenhar o bisel, o martelo, o coração e usá-lo de modo que marque a inscrição de um mandamento de cumplicidade entrelaçada.
Ao mesmo tempo que fica por talhar, envelhece a madeira que sabiamente se vai impermeabilizando com o verniz que a protege de ser golpeada.
Mas a vontade de viver fabrica a esperança da matéria-prima encontrar o artista sensível à sua natureza, às suas propriedades, de modo a transformá-la na arte de ser humano.
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