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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Extravio


O carinho já há muito que é o envelope onde o remetente carimba a ordem de envio.

Mais uma vez escreveu-se em palavras traindo a grandeza do que sente e cuidadosamente dobrou a carta escrita, que é oportunidade de se ler muito para além do que foi capaz de escrever.

Apressou-se a enviar ao destinatário porque o tempo de envio arrefece o calor dos dedos timbrado no papel.

O silêncio da ausência de resposta arrefece-lhe agora as mãos que apertam o coração em busca de uma fonte de calor próprio...


Remetente de si e destinatário de um silêncio.


1 comentário:

  1. adoro.
    eu gosto de escrever cartas e frequentemente sinto isso da "traição das palavras em relação à grandeza do que sente."
    e o silêncio...

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